sábado, 8 de março de 2008

POEMA


Água




Dar-se a forma tão atrita
De um elemento sutil
Corres montes, pedras, britas
Como um elemento vil


Tens na alma a natureza!
Nos teus vasos corre ardente
O sangue azul das realezas
Porém verde e inerente


És mais velha que o pecado
Mais jovem que o céu e a terra
Turvas tua cor é amarelo astato
Puras és límpida, duma transparencia que aterra


Tua fonte é inexaurível
Tua experiência inexpugnável
Teu corpo inextinguível
Teu antepassado inescrutável
Tua perda inexcedível
Tua necessidade... inexplicável.




Lua Jeniffer, 2003