sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Crônica



Teoria da Regressão

  Sabe amigo leitor, acho que tudo tem limites, e quando chega neste limite, regride e acaba. Um exemplo disso somos nós: Quando pequenos necessitamos de ter alguém para nos proteger, alimentar, remediar, cuidar... Daí crescemos e vivemos como devia de ser. Então surgi, não tão de repente, a impiedosa velhice, que nos leva de volta a infância... Fazemos caca no fraldão, comemos papinha, dependemos de alguém novamente e morremos.
 A criatividade também regride, veja que está com tudo as tendências de outrora, a moda agora é retrô!
 E o universo? Creio que se expande até tocar nas paredes do sei lá o quê e volta, fechando-se como a palma da mão e acaba.
 Todavia esses processos, digamos naturais, podem ser acelerado ao extremo pelo chamado “consumismo humano”.
 Exemplificarei.
 O homem necessita de boa alimentação, atividades físicas, saúde, amor, paz e satisfação pessoal para ter uma vida digna... Caso falte um dos elementos necessários para cada ser humano, com seus sonhos e peculiaridades, provavelmente o mesmo não terá uma velhice muito agradável.
 Já se a criatividade não encontrar espaço para crescer, se essa perdurar retida em sites de relacionamento, textos prontos, programas toscos de televisão, se abafada pelo comodismo humano, diminuída e desprezada pela sociedade, ela acabará.
 Então, amigo, tudo depende do tal “consumismo humano”, uns consomem demais outros de menos e outros só consomem porcarias.
 Sobre o universo... O mundo grita! O mundo grita por não saber rolar de escada a baixo! Daqui ouço seus gemidos. Veja como até o nosso pensamento regride, éramos o centro do universo, depois uns meros macacos evoluídos e agora somos apenas carrapatos! Carrapatos incapazes de medir a dimensão dos seus estragos, parasitas dos sertões hospedados numa carcaça em rotação e translação. Sugando o planeta sem piedade alguma e sem pensar em ninguém.
 Vasculhando a Las Vegas do meu cérebro, percebi que existem milhões de maneiras de retardar a destruição do mundo. Não, não falo em respirar menos, tampouco racionar papéis (entraria em depressão!), mas quem sabe plantar uma árvore, um m² de verde, uma flor, deixar um pássaro livre, um peixe na água, uma torneira fechada, uma lâmpada apagada, usar papeis reciclados ou de áreas reflorestadas, usar menos arrogância e mais bom humor, dar um bom dia, ser mais solidário com o próximo...
 Se todos fizessem não tudo, mas o seu possível, o mundo e seus futuros habitantes agradeceriam.
 Tento aqui sustentar os limites do universo com os dedos, traduzindo através da escrita algumas idéias e pensamentos. Porém sozinha não sou nada, todavia sei que és esperto amigo e compromissado leitor, sei que acharás uma dentre milhões de maneiras de ajudar nossa azulada terrinha também. Ou, regredirás até o título desta crônica?


Lua Jeniffer, 2010

sábado, 12 de maio de 2012

POEMA

POEMA SEM INSPIRAÇÃO

Quando nada mais faz sentido
Um medo infame aperta o peito
E a caneta passa a servir como um escape de sentimentos,
Porém nada a inspira.

A angústia cresce e o coração incha
Mas nada de útil vem a mente
Senão a imensa vontade de escrever
De extravasar sei lá o quê

Uma pura vontade sem porquês

O sono não vem
Uma inquietação da alma surge
Uma fome, mesmo de barriga cheia
E o olhar perdido nas paredes...

De repente, uma tristeza profunda
Um longo suspiro...
E aí vem a coragem de riscar
De chorar através da tinta

Poemas não precisam de inspiração.


Lua Jeniffer, 2012



quarta-feira, 9 de março de 2011

POEMA


Precundia


No barulho infernal do dia

Ouço passos na escada

São almas desperançosas

Que de mim estavam afastadas...


Porém, de súbito ressurgem das chamas

E tentam me afundar

Na lama do mangue morto

Para nunca mais eu me achar


A tristeza é um copo d’agua suja

Que não se deve provar

Pois apenas um gole vicia

Um vício que irá te matar


O escuro é uma calmaria

Um lugar seguro para estar

A luz ofusca os olhos

E te afogam no imenso mar


O céu é o paraíso...

Um refúgio para o olhar

As estrelas são lágrimas alegres

E a lua vem te guiar


As amizades são peças de dominó

Quanto menor o número, maior o valor

Se as querem para construir andares,

Desmoronam sem temor


A família é enfadonha

Mas é a única que nos suporta

Quando as almas tristes grudam

E em nossas mentes repousam


Intrigante é estar só

No meio de tanta gente!

É rir quando se quer chorar

É se fingir de doente...


É amar em segredo

É dormir sem vontade

É sumir por uns tempos

É não sentir vaidade...


É comer sem sentir gosto

É não ter forças para se revoltar

É um peso no seu corpo

É uma dor de machucar...


É desejar que tão breve o tempo passe

E que no dia seguinte

As almas impiedosas se afastem

Para nunca mais voltar.



Lua Jeniffer, 2011

domingo, 3 de outubro de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

POEMA

Poeta Pródigo


Quando um ator se cansa do seu personagem
Ou um rei entrega sua majestade
Vai-se um poeta, enfadigado da rima que nasce
Pelo mundo procura razões, motivos pelo qual existir
Descobre que existem pessoas agindo como andróides
Que não transmitem o que entendem de si
Que são programadas pelas antenas de TV


Não questionam nada...
Viver é apenas ter
Ter algo para afirmar que ter é o mesmo que ser.


Esbanjei toda minha alma
Tentei tamponar meu vazio
Conheci todo tipo de arte
Troquei meu cavalo alado,
Por um pangaré mal trapilho


Troquei minha carruagem de fogo
Minha roupa invisível
Minhas amadas metáforas
Para comer com os porcos:
Hipocrisia e falsidade

Mas como um escrivão do coração
Que precisa escrever o que sente
Retorno ao seio da minha mãe
Para saciar-me com aquilo que mais gosto:
Pensamentos vivos nos desenhos das palavras
Um código para cada sentimento
A poesia, definitivamente, é o que me faz feliz!




Lua Jeniffer, 2010

terça-feira, 7 de abril de 2009

Por te conhecer

Para alguém chamado Mar...